violênciaA Poem by Rui SerraE estas palavras que escorrem na vidraça ensanguentada, numa tarde em que a chuva cai tumultuosa. E estas palavras que escorrem junto com estas lágrimas, p’la face carregadas de um sentimento obscuro. E estas palavras que escorrem com o suor do nosso corpo, numa noite em que corpos ardem de paixão. E estas palavras que escorrem com o orvalho, num amanhecer em que o sol raia esplendoroso. E estas palavras que escorrem junto com o sangue, que corre nas nossas veias, numa violência interior. E estas palavras que escorrem com a tinta do pintor, pela tela que brota das suas mãos diabólicas. E estas palavras que escorrem nas ondas, que embatem violentamente nas rochas das praias. E estas palavras que escorrem como o álcool, e que inunda a alma pejada de medo e tristeza. E estas palavras que cheiram a mofo, e que o tempo impregnou nas páginas da vida. . . . São palavras que profiro em silêncio, são palavras em que eu te imploro, para que pares essa tua raiva mórbida e doentia que te leva à demente violência e me deteriora.
© 2014 Rui Serra |
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Added on January 3, 2014 Last Updated on January 3, 2014 AuthorRui SerraBrinches, PortugalAboutpensador . escritor . fotógrafo thinker. writer. photographer more..Writing
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