Ondas, e AdeusA Chapter by Rafael Castellar das NevesAh, meu amigo, espero ter aproveitado ao menos o suficiente, pois já é tarde, tarde demais! Vim longe demais " bem que me disseram. Só agora, com a maré a molhar meus pés e a tudo inundando, é que percebo. Tarde!
Afastei-me demais! Mas ainda era seco e o tempo estava bom. Distraí-me com tamanho encantamento e agora já não há como voltar.
Lá vêm elas, colossais, zombando da minha ingenuidade. Por todos os lados, de mãos dadas, feito muralha, deslizando com elegância e prazer diabólico em minha direção. Apenas ondas, e tudo se acaba.
Cercado, não há mais o medo, mas a impotente angústia petrificante firmada diante da onipotência, inevitável. E num divertimento assustador, desabam com todas suas forças e deleites, por todos os lados, sobre mim.
No último momento de insano desespero, tentei, com toda minha voz e desejos, gritar por ajuda; mas, sufocado e inundado, engasguei! Com braço estendido e mão espalmada, afundei surdo, com os pulmões cheios dos últimos e ternos momentos, à espera de outra redentora.
Quisera poder voar, invés de apenas lembrar.
São Paulo, 28 de janeiro de 2010.
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Added on November 30, 2015 Last Updated on November 30, 2015 AuthorRafael Castellar das NevesSao Paulo, Sudeste, BrazilAboutNascido em Santa Gertrudes, interior de São Paulo, formado em Engenharia de Computação e um entusiasta pela literatura, buscando nela formas de expressão, por meio de cr&oc.. more..Writing
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