E Se...?A Chapter by Rafael Castellar das NevesQuando você se pergunta: “E se o momento não for o certo, ou se as coisas correm mais que o calendário " ou o relógio?! E se a poeira ainda não baixou, ou se as feridas ainda não fecharam, ou se palavras ainda doerem e as lembranças ainda rondarem? E se não for a pessoa certa, ou se for o começo de mais um fim, ou se for pior dos infernos que volta a se formar? E se as coisas saírem do controle, ou se ainda estão sob controle, ou se é loucura?
E se for a coisa certa a se fazer, ou se for tudo o que foi procurado agora batendo à porta, ou metade? E se for um começo diferente, uma coisa diferente, estranha, ou quem sabe algo predestinado? Mas se não for isso? E se for o que sempre foi? E se estiver errado? Está errado? Tudo?”
É quando eu lhe pergunto: “E se o que está por vir for a pior das coisas? O pior dos fins - e não o último?
E se não houver controle? E não houver como e porque controlar? Mas e se for o fim? O maldito fim que tanto fugiu? Que tanto foi procurado e buscado?
E se for um começo único e último? E se for tudo o que foi negado? E se for o motivo de tantos calos?
E se amanhã os ‘eu’ não mais o serem? E se amanhã a encontrarmos esperando atrás da porta?
E se amanhã Deus se revelar um tirano sarcástico e der seu basta em uma fúria incontrolável?
E se amanhã eu não puder lhe desejar ao menos bom-dia? E se estas forem as últimas palavras?
E se esse amanhã for hoje? Daqui um pouco? Agora? Nem tchau?
E se amanhã não for nada disso e isso tudo se tornar apenas um nada? Ido, passado, quem sabe lembrado ou até desejado, mas ido! E se, seja lá o que for amanhã, se perguntar ‘e se?’ e a resposta for ‘não sei, quem sabe’? Ninguém sabe e nem se importará, pois já foi!”
Larga suas pedras! Solta as correntes e liberta seus pensamentos, suas perguntas, suas angústias e deixa-os voar para longe e lhe trazerem sonhos para serem vividos: nesta vida ainda!
E quando assim escolher, olha em volta e me verá, pronto! Caminhe em minha direção, faça-o a passos largos, de braços abertos, sem sentir as pernas, mas o vento em seu rosto, e sorria ao balanço único deste caminhar. Caminhe com seu todo, seu tudo! E seus olhos brilharão aos meus, seu sorriso será gargalhada às minhas, e flutuará a mim! E quando a mim chegar, enxugarei suas lágrimas com meu rosto, limparei seu sangue com meu corpo, fecharei suas feridas com meu toque.
Perca-se em meus braços como me perco nos seus. E será com o meu mais verdadeiro e mal-intencionado beijo que lhe mostrarei que não estou nem atrás nem a sua frente, mas ao seu lado, sem “e se”; apenas sendo!
São Paulo, 22 de junho de 2009. © 2015 Rafael Castellar das Neves |
Stats
61 Views
Added on November 30, 2015 Last Updated on November 30, 2015 AuthorRafael Castellar das NevesSao Paulo, Sudeste, BrazilAboutNascido em Santa Gertrudes, interior de São Paulo, formado em Engenharia de Computação e um entusiasta pela literatura, buscando nela formas de expressão, por meio de cr&oc.. more..Writing
|