Dedos PodresA Chapter by Rafael Castellar das NevesSou o vinagre que impregna sua água, Sou o óleo que mancha seus rios, Sou a praga que avassala sua plantação, Sou o vento que tomba seu lar.
Sou a fome que leva suas crianças, Sou a guerra que limpa o mundo, Sou o ódio que seleciona os puros, Sou a excelência que condena os culpados daquilo que não fizeram.
Sou a sujeira debaixo de suas unhas, Sou a violação da rua de trás, Sou a intolerância que arrebenta a carne, Sou o dedo podre que cutuca sua ferida pútrida.
Sou a arrogância que lhe rebaixa aos porcos, Sou a ostentação que lhe remete ao nada, Sou a ordem que atropela seus desejos, Sou a lei que lhe rouba a felicidade.
Sou a noite que chega eterna, Sou o frio que lhe tranca em si, Sou a angústia que lhe corrói, Sou os pesadelos vivos que lhe perpetuam a insônia,
Sou a peste que envereda por suas veias, Sou o câncer que lhe come viva, Sou o demônio que lhe acompanha à esquerda, Sou o pecado que calam os santos.
Sou o êxtase que lhe contorce o corpo enlouquecido, Sou a felicidade que lhe faz tudo ter sentido, sendo. Sou o amor que se enerva em suas vísceras, São meus braços que lhe envolvem na noite fria, junto ao meu peito " onde pode descansar. Durma!
São Paulo, 09 de fevereiro de 2009. © 2015 Rafael Castellar das Neves |
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Added on November 26, 2015 Last Updated on November 26, 2015 AuthorRafael Castellar das NevesSao Paulo, Sudeste, BrazilAboutNascido em Santa Gertrudes, interior de São Paulo, formado em Engenharia de Computação e um entusiasta pela literatura, buscando nela formas de expressão, por meio de cr&oc.. more..Writing
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