À Minha EspreitaA Chapter by Rafael Castellar das NevesSei que está aí, me seguindo soturna como cobra furiosa, transbordando veneno. Há tempos tem rondado meu caminho, escondendo-se nas minhas sombras, não é? Lhe vejo nas curvas da estrada, do outro lado da rua, no carro que vem, no homem que se vai. No meu retrovisor, sentada no banco de trás, sorrindo para mim. Irônica!
Seu olhar me arrepia, seu sorriso me petrifica, minhas mãos gelam, ao simples lhe notar. Meu coração dispara e o sossego me some, Minha testa se derrete em um suor frio e incontrolável. Sádica!
Está se divertindo, não está? Não é capaz de se satisfazer nem mesmo com este genocídio purificador? Se aquiete, descanse, tem feito muito ultimamente. Tire umas férias.
Haverá outros sem oportunidades com quem poderá se ocupar. Não ouve os pedidos? As preces? As súplicas? Ora, deleite-se!
Agora vamos, saia de trás dessa porta e volta! Diga a ele que agora não. Quem sabe depois, mas não agora. Não é a hora, não quero, não lhe permito: há muito que ser feito, e o será!
Não adianta, lhe ignoro, lhe excomungo, rio de você. Criança! Apenas espere por mim. Longe de mim. Prometo que quando decidir, lhe chamo. Mas não agora!
São Paulo, 25 de janeiro de 2009. © 2015 Rafael Castellar das Neves |
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Added on November 26, 2015 Last Updated on November 26, 2015 AuthorRafael Castellar das NevesSao Paulo, Sudeste, BrazilAboutNascido em Santa Gertrudes, interior de São Paulo, formado em Engenharia de Computação e um entusiasta pela literatura, buscando nela formas de expressão, por meio de cr&oc.. more..Writing
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