À DerivaA Chapter by Rafael Castellar das NevesAtenta-te, nobre capitão! Não vês que por águas traiçoeiras Tripulas sozinho tua nave?
Acalmas o coração, Aceitas a tua sina. Não há como guiar-se, Não estás numa canoa.
Teus homens já não estão, Tuas velas em frangalhos, Teus mapas borrados [queima-os e te aqueças].
As estrelas dançam uma valsa sarcástica Sobre a densa névoa da madrugada. Entrega-te à deriva.
Não adianta acenares o lampião, O farol é intermitente e voluntário E nesta noite não quer te responder.
Conforta-te, fizeras tudo que podia! Beba teu rum, reze tua unção, salte da prancha, Mas não espere pelo farol.
Nas rochas baterás antes do amanhecer. Ninguém virá a seu socorro, Talvez piratas ao que restar.
Náufrago nunca serás, Pois já és cadáver, nobre capitão.
São Paulo, 04 de setembro de 2008. © 2015 Rafael Castellar das Neves |
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Added on November 26, 2015 Last Updated on November 26, 2015 AuthorRafael Castellar das NevesSao Paulo, Sudeste, BrazilAboutNascido em Santa Gertrudes, interior de São Paulo, formado em Engenharia de Computação e um entusiasta pela literatura, buscando nela formas de expressão, por meio de cr&oc.. more..Writing
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