A EsperaA Chapter by Rafael Castellar das NevesO relógio marca 11h23. Na mesa ainda há migalhas do café da manhã A xícara tem uma película grossa de café frio. Na minha boca a saliva está grossa O gosto é de uma noite mal dormida com resquício de um café amargo que se acabou.
Minha visão está embaçada, Meus olhos estão sujos, remelas transbordam pelos cantos Maquiados pelas minhas insônias intermitentes Que me roubam o merecido descanso, ou não.
O ponteiro preguiçoso não avança, A campainha histérica não grita, O telefone não geme, A porta não apanha, Sua voz não me chama.
Meus cabelos sujos, compridos não mantêm a compostura, Desfeitos como touceiras de colonião após o vento. Meu rosto cinza e perigoso pela barba por fazer, Crescida pela preguiça e pelo desgosto.
Minhas unhas sujas aumentam meus dedos Que ainda seguram a xícara e raspam as migalhas. Minhas veias agora mapeiam minha vida, Roxo azuladas abaixo da minha pele amarela.
Ainda estou aqui, Sua voz não me chama, Ninguém chega, São 11h23.
São Paulo, 24 de junho de 2008. © 2015 Rafael Castellar das Neves |
Stats
77 Views
Added on November 26, 2015 Last Updated on November 26, 2015 AuthorRafael Castellar das NevesSao Paulo, Sudeste, BrazilAboutNascido em Santa Gertrudes, interior de São Paulo, formado em Engenharia de Computação e um entusiasta pela literatura, buscando nela formas de expressão, por meio de cr&oc.. more..Writing
|